A verdade é que a cirurgia pode transformar a vida de um paciente, mas os resultados dependem diretamente de disciplina, acompanhamento e mudança de estilo de vida.
A rápida perda de peso observada nos primeiros meses após a cirurgia gera a impressão de que tudo acontece de forma automática e sem esforço. De fato, os procedimentos bariátricos reduzem a ingestão de alimentos (restrição gástrica) e/ou alteram a absorção de nutrientes (procedimentos disabsortivos).
Mas o que muitas vezes não se fala é que:
Nos primeiros 12 a 18 meses, a maioria dos pacientes perde entre 60% a 70% do excesso de peso. Esse efeito é resultado da restrição gástrica e das mudanças hormonais que reduzem a fome e aumentam a saciedade.
Aviso importante: Esses números representam uma média observada em estudos clínicos. Os resultados podem variar bastante de acordo com o tipo de cirurgia, idade, presença de doenças associadas e, principalmente, com a adesão do paciente às mudanças de hábitos e ao acompanhamento médico.
Após a fase inicial, o corpo tende a buscar equilíbrio. É esperado um pequeno reganho de peso (em torno de 5% a 10%), considerado fisiológico.
Pacientes que não mantêm o acompanhamento ou retomam hábitos alimentares inadequados podem ter um reganho maior e comprometer os resultados. O risco é ainda maior quando não há prática de atividade física ou adesão à suplementação.
A bariátrica não dispensa mudanças de hábitos. Pelo contrário: ela abre uma oportunidade de transformar a relação do paciente com a alimentação e o autocuidado.
É importante reforçar: a cirurgia não “cura” a obesidade sozinha. Ela cria condições para que o paciente tenha uma perda de peso significativa, reduza comorbidades e ganhe qualidade de vida. Mas o sucesso a longo prazo depende da adesão ao tratamento multidisciplinar e da responsabilidade do paciente em manter novos hábitos.