A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma condição frequente que pode comprometer de forma significativa a qualidade de vida. Em muitos pacientes, os sintomas se tornam persistentes mesmo com medicação contínua, e a cirurgia passa a ser a melhor alternativa para um controle definitivo.
Neste artigo, você vai entender quando a cirurgia realmente é indicada, quais exames confirmam o diagnóstico e como a técnica moderna corrige o refluxo de forma eficaz e segura.
O refluxo ocorre quando o ácido do estômago retorna para o esôfago — uma estrutura sensível que não foi projetada para lidar com acidez. Essa agressão repetida causa queimação, inflamação (esofagite) e, em quadros avançados, pode levar ao esôfago de Barrett, uma condição pré-maligna.
Um fator anatômico comum é a hérnia de hiato, em que parte do estômago desliza para dentro do tórax, favorecendo ainda mais o refluxo e dificultando a resposta ao tratamento clínico.
Nem todo paciente com refluxo precisa operar. A cirurgia é indicada quando há doença avançada ou falha do tratamento clínico. As principais indicações incluem:
O exame quantifica quanto ácido retorna ao esôfago ao longo do dia e gera o índice de DeMeester.
Valores acima de 14 indicam refluxo patológico.
A manometria avalia a força, coordenação e pressão do esôfago. A presença de hipotonia no esfíncter esofágico inferior reforça a necessidade de cirurgia, pois indica uma barreira antirrefluxo mais fraca.
A técnica mais utilizada é a fundoplicatura de Nissen, realizada por videolaparoscopia. O procedimento segue dois passos principais:
O estômago é reposicionado para o abdome e o hiato é fechado, corrigindo a falha muscular que contribui para o refluxo.
Uma porção do estômago é envolvida ao redor do esôfago, formando uma válvula que evita o retorno do ácido. Essa estrutura restaura o mecanismo natural de contenção do refluxo.
Após a cirurgia, é comum o paciente ter:
Para garantir boa cicatrização, a dieta deve ser líquida e pastosa nos primeiros 15 dias, com progressão conforme orientação médica.
Pacientes que apresentam queimação persistente, tosse crônica, uso contínuo de medicamentos ou diagnóstico de hérnia de hiato devem buscar avaliação especializada. Em muitos casos, a cirurgia oferece alívio definitivo e melhoria significativa na qualidade de vida.